quarta-feira, 4 de julho de 2007

Entre Iguais

(...)

- É. E antes de partir, sabes o que ele me disse? Que um dia nos encontrávamos todos, no Nirvana.
- E essa dor que sentiu, transformou-o e deu-lhe o dom de nos falar?
- Os dons que ele tinha correram-lhe para as mãos e o que me disse foi só com o olhar. Penso que a dor antes o tornou sábio, para não ma contar. Como sabes, a dor fica bem só em nós e não deve ser ouvida, ao contrário do que se pensa; acaba por ser a presença de tudo o que nos eleva.
- Sim, é o nosso cofre e o nosso bilhete de viagem...(espaços em branco)Mas sabes, o que dói mais não é a dor. É a ausência.
- Ausência... de quê?
- Faz parte da minha dor, não perguntes. Mantém-me feliz com o silêncio.
- (Lambendo a pata)... é. Que venha o próximo degrau, como diz o outro.

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