quarta-feira, 15 de agosto de 2007

Más horas

Mostra-me as vergonhas que sentes, em cada uma das tuas capas. Mostra-te desnudo de capas, é à tua vontade, que não há mesmo paciência para exigências. Dá-me Lume. Ouve-me.


Fazes-me sentir? Só uma vez, uma vez que seja, não te peço mais. Não é pedir muito que me faças sentir. Para relembrar o que é. Me sentir. Viva. Morta de desamor, não importa, não sou esquisita. Não distingo a força ou o sentimento que quero que me faças. Sentir. É tudo o que peço, mesmo sem o pedir.


E fazes. Me sentir. Mesmo tanto que me chego a sentir chegada à hora marcada, quando a hora já se foi e tu desarmaste de tanto esperar.

...

(Já não procuramos os dois. Tudo o que se procura só chega tarde e a más horas. Sabemo-lo. Sentimo-lo.

Agora que não procuramos mais, esperamos numa qualquer divisão sem tecto que o destino nos procure - ele sim, tem tempo- e nos junte, quando se lembrar que também somos gente.

Que de procurar já nos cansámos. Tudo cansa, sim. )

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