quarta-feira, 7 de novembro de 2007

Para Antes & Depois


A poesia morreu-me nas mãos.
Agora dói-me que vê-la - só de longe,
Que ela não cega esteja e eu não lhe diga (não o posso, não posso...)
As frases do amanhã que era o hoje
e que já não é, tropeços vãos...
Mas ainda soa a frase muito antiga
Num sussurro de entre mãos

"Não te lembras? Somos irmãos..."

"Tanto te faz que peques ou supliques,
que me queiras ter , sã ou doente,
ou fria ou quente, ou trémula e escura.
Foste tu a quem um dia disse,
- Eu quero que fiques...
Mas era tanta a ternura
Que hoje o amor perdura,
Mas o amanhã segue em frente...
E o eterno, esse nunca para sempre."


Acredito que foi suicídio, ninguém mal lhe poderia querer.
E eu tanto a amei e ela tanto me quis amar.
Ao pecar, achei-me dona e senhora
E perdi-me por achar
Que algum dia a ia encontrar, como quem a ia ter
toda oferecida, escancarada, nos meus dedos
Em sussurros matadoiros, fatigantes..

"Não te lembras? Fomos amantes".


Mas isso foi dantes, muito dantes...

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