terça-feira, 26 de fevereiro de 2008

Mundo Canino (na hora do Adeus)



Sou aquele que vagueia pelo luar
Aquele que toca os brincos de Neptuno
Sou um cão, a maravilha de todos os tempos.
Viajo sem destino, mostro garras que se perdem de vista
Vagueio por aqui e ali, sou eu
Porque gosto de sentir o calor da sombra nos dias de Inverno
Mas gosto mais de saber que sou um cão.
Sempre achei que a vida era uma mordedela repentina
E continuo achar que somos todos cães do destino,
Apesar de tudo sei que para andar preciso dos olhos,
Sou eu, um cão que gosta de olhar este Mundo.
Perdi-me nas desvantagens de viver só,
E soprei as velas desmentidas de uma solidão
Eu que vivo debaixo de um caixote ou banco de jardim
Eu o cão, o rafeiro que jamais desistiu.
Hoje mordo a oportunidade de morrer com dignidade;
Não chorem,porque vivi liberto nessa imensidão que há lá fora
Gostei de ser quem fui, e de saber quem sou,
O cão vira-latas da vida, o verdadeiro sentimento canino.

Eduardo Coreixo

2 comentários:

Anónimo disse...

realmente vivemos num mundo cão. todos o sabemos, toda a gente se queixa. tu, com a visão artística que tens, sabes aproveitar este mundo de uma forma diferente. Sabes ver que até com sofrimento pode vir o bem estar. abraço, espero que estejas melhor.

Pseudónima disse...

Um dos teus melhores textos que li. E acabas de me ensinar uma das melhores expressões de sempre: somos todos cães do Destino. =D

Adorei.