Anjos mortos prostrados no ar ,
Dura a riqueza das suas asas que largaram ouro pelas nuvens
Leve a sua morte nos céus dourados pelo Sol,
Largaram a sua consciência, assim o quiseram.
Escura a sua roupa pela morte da alma,
Descalços os pés que raramente tocaram no chão;
Dá som a chuva que dói no cabelo,
Palavras que tocaram o fundo, que cheiraram a imundice.
Anjo solto, anjo agarrado à existência inexistente
Pobre ser preso à sua condição
Personagem que voa livremente pela imensidão,
Pedra no sapato de quem os desacreditou.
Morre anjo, morre que a morte já espreita;
Morre que o dia já morreu, já lá foi a hora
Hoje somos vivos para morrer,
Amanhã somos mortos que se esforçaram para viver.
Eduardo Coreixo
3 comentários:
Rapaz... terrivelmente brutalissimo!
Amei!
Parabens!
não te percebi bem, desculpa...
falas dos vivos que já morreram, que nunca viveram sequer. falas dos mortos que estão mais vivos que nós.
sabes o que adoro mesmo? a combinação inesperada de palavras,chuva que doi em cabelos e palavras que tocam fundos. gosto mesmo.
um bejo de leste
(pronto, esta bem, da Filipa Pereira) ;-) ;-)
A parte de que te falei foi:
"Morre anjo, morre que a morte já espreita;
Morre que o dia já morreu, já lá foi a hora
Hoje somos vivos para morrer,
Amanhã somos mortos que se esforçaram para viver."
O poema está, no seu todo, lindíssimo. ;)
Beijinho.
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