domingo, 29 de junho de 2008

Histórias


Riscas vermelhas, dentro desse teu casaco amarelo de vergonha exterior. Não perdoei por não me teres ligado, e continuo a não desculpar por te causares essas dores que te imaculam, sabias?Vives o meu e o teu pesadelo, como quem tudo o que faz é errado, desde a hora em que tudo começou por acabar, desde o frizar dos dentes em que me mordeste o lábio.

Todos os fios não ligam na minha cabeça, falta-me a maçaneta para poder abrir estes pensamentos inertes, mas sabes, um dia eu já fui como tu: sonhava para depois desesperar, esforçava-me para depois ir tudo a baixo, morria por dentro, para ter o prazer de sentir alguém a elevar-me de novo (aquele reconforto...). Por uma vez que seja, deixa-te evaporar pelo mundo, seres transparente para alguém além de mim, sentires-te mais leve que o sonho, e escorregares pelos montes e horizontes fora.

Todos somos levados a teste, todos somos questionados pela nossa maturidade (ou falta dela), mas não te massacres, porque é com classe que esta noite aqui te escrevo, com simplicidade, com calma, para saberes, que tudo o que marca a tua alma, a tua visão, não se torna dúbio... És tu...

Mulher, menina, minha amada, estarei de volta da minha excursão de exames, de problemas com a minha prestação de ser humano, para te amar, ser quem mereces possuir de corpo e alma... Depois de toda a espera, toda a miséria, de todas as guerras, tu mulher atenta, eu homem sofredor, seremos seres alados, à procura de um céu que perdoe, para saber quem somos vistos de cima, para criar um mal sem mágoa, história sem vilão, cantos sem desafinos...Um fim, para o próprio fim da morte...

Depois deste mar longo e sossegado, resta-te sentares e perdoares a demora. Estou a caminho.


Eduardo Coreixo




1 comentário:

Anónimo disse...

Amor tão bonito, o vosso. Como a vossa escrita. =)

Felicidades.