sábado, 7 de junho de 2008

Uma Vida em Dois Minutos


Era uma vez um otário de merda que tinha uma namorada, ou a mulher da vida dele, ou algo parecido com criar raízes e fazer tudo pelo amor a ela. Um dia colocou-se uma questão:
- Por que é que me fizeste isso?
- Porque era parva, se fosse hoje não fazia...
- Hum, ok, perdoo-te.
- Ah, por falar nisso, afinal a semana passada voltei a fazê-lo.
- Hum, acho que vou ali para o cantinho chorar.
- Não me deixes, não sei viver sem ti.
- Vou para casa.
Ao que o nosso otário da merda chega a casa, anos mais tarde, e na rua ele passa por uma mãe e seu filho. E o filho diz:
- Oh mãe, este não é o senhor que nunca sorri?
- Não sorri agora filho, já houve tempos em que ele sorria.
Ele decide enviar uma SMS e ela está muito zangada com ele
(-És otário ou quê?
- Já tinha dito que sim no início do texto.)
, quando tinha estado há minutos (não eram 2 anos?) a chorar. Passa neste momento a deter a razão (por razões não desmistificadas) e não volta a falar com ele, a lutar pelo 'não sei viver sem ti'.
Ao que uma senhora diz:
- Olhe, a sua Vida está a sair do parque infantil, não vai buscá-lo para ele estar em segurança?
- Não, não! ele tem perninhas, ele que volte para trás.
E lá vai o pequeno bebé, chamado Vida, a gatinhar, perdão, rastejar. Nisto, encontra um velhote, que lhe diz:
- Oh meu filho, rastejar já não se usa, como se chama meu bom rapaz?
- Vida.
- Então e alguém rasteja por si?
- Não.
- Então e alguém quer saber de si?
- Não.
- Então e alguém luta por si?
- Não.
- Está a ver, rastejar já não se usa, acredite em mim!
Mas o bebé afinal não percebia nada do que o velhote dizia e rastejou...
Mas, passados dois minutos percebeu, e quando se ia por em pé, para andar normalmente, foi atropelado por um camião, (nunca chegou a perceber que estava no meio da estrada), e morreu.
A namorada pegou nas coisas, e foi para a praia. E riu muito.


Eduardo Rilhas

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