sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

Criar-te uma casa


Perdido sem saber caminhos parecidos com os teus,tocar com a minha planta nas pegadas por ti deixadas.
O meu pé não cabe, nem o meu coração.
Gostava que me tivesse perdido contigo, a ver mundos sem desavença, noites de verão místicas, porque viajas por esses mundos, rodeada de mil pessoas,mas estás ainda sozinha, em frente a este computador. Estás-me a ler, certo? Gostava de te criar aí a tua casa, deixa-me construir-te esse lar para que possas viver uma vida sem tristezas.
Esses lençóis não são os teus, nem esse computador, nem esse pássaros que vês da janela. Apenas tens aquela flor que deixei junto ao teu peito, naquele aeroporto vazio, a altas horas da manhã.
Desde aí nunca mais tive o mesmo amanhecer, nunca mais tive uma nova vida nos dias que começam, e sinto-me fechado numa caixa de Pandora. Tu consegues ver-me, eu sei, mas estas tecnologias não te deixa ver o palpitar do meu coração quando te vejo, não te deixam ver as lágrimas que escorrem quando tu me mandas aquele último beijo virtual, quando aquele pequeno ecrã de computador fica preto...Toda a esperança deixa de ser parte de mim.
Detesto que me tenhas que ler assim, porque gostava que tu fosses mais forte que eu, mas sei que não. Nada parece teu, não é? Nem eu? Pois, porque este sentimento de raiva que tenho por teres partido também não é meu: pertence-te a ti, porque foste tu que o criaste...Desculpa.
Outro dia de Sol perdido, outra manhã que se foi...Outro olhar que eu não mordi, outra presença que não senti.

Até amanhã,à mesma hora, no mesmo sítio. Amo-te.

2 comentários:

Anónimo disse...

e a imagem que deseja ser postada (é opcional) juntamente com o link do teu blog

Nc disse...

de ambos os lados, há dor.
Mas não sentimos a dor do outro.
Isso nos torna em potencial Insenciveis.
Mas não quer dizer que do outro não emane as mesmas compadecencias