sábado, 28 de julho de 2007

Pára-me enquanto sais.

Pára-me para que eu deixe de te procurar na estrada. Nas esquinas. No mar. Faz qualquer coisa para que eu deixe de ser assim, para que de alguma maneira aprenda a não te procurar. Não me olhes, não me toques, deixa de respirar o meu ar. Por mim, por ti, para que os sonhos possam ter lugar. Só quero os meus pensamentos estacionados bem longe de ti. Não é pedir muito. Não é pedir nada.
Peço-te o mundo em vez de ti. E tu continuas, feito casmurro, a não ligares a sinais vermelhos e a memórias fartas de viver. Qualquer dia, sei que ouço no telejornal a tua morte. Quem brinca com o fogo e com a estrada, dá-se mal, estou cansada de to dizer. Mas tu não, não pensas assim, sais mais uma vez da minha casa com vontade de acelerar ao máximo os meus passos atrás da tua sombra. Pára-me enquanto sais, por favor. Ata a minha vida numa cadeira, para que eu te enterre antes de ouvir a notícia pela televisão.
Cláudia

1 comentário:

Eduardo disse...

Não te vou parar a inspiração criança...tenta que o mundo te inspire, mas essencialmente, tenta ter contigo os sentimentos à flor da pele...É esse o inicio da felicidade...Bejos colega escritora ;)