quarta-feira, 25 de julho de 2007

Tédio matinal



Sinto-me entediado. Tenho coisas para fazer ,mas estou distante desta realidade que transporta um prazer inédito.
Olho em volta, mas a simplicidade é-me alheia pelo que me vou deitar.
Contudo quero escrever, as palavras não me saem naturalmente. Tenho que pensar, e dói tanto!
A magia foi recriada. Por estes dias, poderias dizer que ando como O Outro, com dor de pensar. No entanto o meu incómodo é gerado por matérias insuficientes para provocar tal coisa. Do que será? Da ataraxia do meu dia após dia?
Disse-te para que fosses ler o que escrevi, e tu com muita ou pouca vontade mostraste o teu interesse, mas porquê? Se este não é o teu mundo, porque vieste ler? Fico à espera de resposta, mas tem calma, não precisas de ter pressa a responder, porque o tempo é finito, mas apenas para nós, não para o Universo.

Dei-te a ti oh Terra dos meus pés aquilo que podia,
Mas não foi por isso que agradeces-te a amabilidade,
Deste-me aquelas árvores que pouco fruto deram, que me sujaram a mente,
E partiste em busca de novo sacrificio.
Quem me dera ser ar para me escapulir por entre os dedos de quem eu quero,
De ser a mais pequena particula de arco-iris, para aparecer apenas quando quero,
De ser uma jovem folha, para ficar no meu canto, e facilmente morrer,
De ser uma gota de água, para me juntar à minha familia, e ser mais poderoso.
É inútil cantar o meu fado a estas paredes que abafam o meu som,
E não sendo particularmente pintor de realidades,
Vou escrever aquilo que sinto aqui e agora neste quarto intimidante,
Vou tentar construir um retracto abstracto da minha presente omnipresência sentimental.
Jura que ficarás aqui a meu lado.

Esqueci-me, afinal já escrevi o que queria.

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