sábado, 6 de outubro de 2007

Há momentos que contradizem toda uma Vida

Sem rascunho possível, que o que sinto dói muito para planear a pele aberta. Não dói demasiado para não suportar a falta de dor, mas é qualquer coisa que não entendo, que se vai encravando sem pedir licença. E eu que odeio faltas de educação.
Inventas-me defeitos que não sabes se tenho, mas pior. Pior que isso, idealizas-me qualidades que massacro nos meus demónios interiores. Não falas comigo, não me perguntas se estou bem, apenas me tens como aquela boneca sem força nas pernas enferrujadas pelo tempo, ou sem lágrimas disponíveis que me tornem mais real. Tentas ainda ter-me como quem diz que não quer ter nada e ao mesmo tempo sabe que ao mínimo passo que dê, a coisa já se deu e não há volta a dar. Devia ter já uma protecção contra todos os riscos, de tantos riscos que me transformam em tela abstracta. E no entanto, mensagem confusa, vazia por momentos de todo um Romantismo que já teve a sua época e é menosprezado até mais não.

Hoje foi sem rascunhos, o resultado é o mesmo. Queria ter um dicionário que me fizesse a compreensão mais simples.

Cláudia

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