quinta-feira, 18 de outubro de 2007

Nota final




Há dias em que não dá. Nem sei bem o quê, não dá, simplesmente. Ridículo, (vítima de pseudo-neurose ou infantilidade em lado lunar), mas não Dá!!

Por exemplo, não me dá para te dizer coisas bonitas, coisas feias, coisas assim-assim-para-o-romantizado-fetiche-da-frustração que é não dar. Não me dá para te sorrir, para te chorar, para te dizer olá, tudo bem, tudo mal, estou-me a cagar, não me dá para conversas, meias conversas ou conversas nenhumas. Não te quero perto nem longe ou a meia distância, distância pessoal é coisa que perde nexo e tu aqui só me serves para baralhar mais estas coisas todas que não são importantes nem banais, nem relativamente interessantes para se pensar. Não me dás. Não encaixas. Não encaixo eu em lugar ou sonho algum.

Há dias em que não me entendes, não te esforças e eu esforço nenhum faço para te fazer compreender o mais simples. Às vezes não dá como te dizer que, sem ti, isto perde o sentido todo. Se o teve. O passado, tudo o que sou, todas as gentes que me entram e não me dão nada por aí além, estão lá por estar; ou mesmo as que me dão demasiado soam-me esvaziadas de sabedoria por estarem. Perde o sentido, tudo.

Há dias, sobretudo, que me assustas. Assustas-me com a dificuldade em te esquecer. E não te suporto, nestes dias. Não dá, não dá.

1 comentário:

Eduardo disse...

A nossa vida é feita de avaliações claudia. Afirma-te como a única a avaliar a tua.
Escrita simples e directa,impecável!
kiss ````