quinta-feira, 1 de novembro de 2007

Pronto, morri.

Não te conheço. Não és de mim, não sou de ti. Nem sei porque gasto o meu paleio, quando tu não és mais do que aquilo que sempre foste, o meu maior fantasma. Acho que seres maior de grandeza te eleva e te dá sempre o direito de invadires o espaço sépio do meu quarto mais escondido. Ou assim o pensas e depois mo fazes pensar.


Pronto, morri. É isso que queres no fundo, sei-lo bem. Queres que se apaguem os meus sonhos de missionária e/ ou de viajante à procura de um abrigo com estrelas. As estrelas, queres apagá-las, queres que se apaguem de vez, que ofuscam o teu brilho dentro da nossa memória. Então, cá está, hoje morri para o mundo, quero morrer nestes instantes em que não me sei explicar e não me sei dar valor (é por pouco tempo, eu que não me aflija, que há papéis que não me encaixam).

Só me resta esperar o dia em que te aperceberes que morri demasiadas vezes, que tentei de tantas maneiras e que só me resta morrer para ti. E que tu morras, por favor, morre uma só vez que seja, para eu renascer livre de mordaças sangrentas. Quero acreditar que, num qualquer dia, ainda posso vir ao mundo sem que me peses nas veias e nos ossos.

Cláudia

2 comentários:

Anónimo disse...

que forma tão apaixonada de escrever. Muitos parabens nunca li nada assim:) , continua por favor
*******

Lourenço disse...

Ao ler esse post lembrei-me de uma pequena quadra, já não me recordo onde a li:

"And I find it kind of funny,
I find it kind of sad...
The dreams in which I'm dying,
Are the best I've ever had"

Lourenço