sábado, 3 de novembro de 2007

Tu ne m' aimes pas



( Não penso, não consigo pensar. Dói, incendeia a réstia de juízo que ainda se poderia manter aqui dentro, por tempo incerto. Não quero pensar, não fales comigo. )
Queria dizer-te que já fui menina. Que já chorei porque te tive e que já chorei porque não te tinha. Já chorei por tanta coisa parva, meu Deus, que hoje só choro por coisas em que não consigo pensar. Separo as águas e os territórios.
Também eu já brinquei. Já gastei o riso e o circo que a certeza do efémero nos traz. Já fui tão feliz e tão triste sem motivo nenhum, que hoje separo as àguas e os territórios. Não sei se sou feliz ou triste. E talvez haja coisas que não se separam, assim deva ser, assim seja, Amén.
Já me arrependi , já pedi desculpas chorosa de picos que cravei quando só queria coroar. Já amei, não sei se a ti, não sei se a alguém, mas já amei, disso não tenho a menor dúvida.
Volto a ser menina cada vez que me despeço de ti. E não menina que brinca e que chora e que se arrepende e que ama; menina que não consegue senão mingar, mingar, depois de se aperceber que a letra da canção não era tão feliz quanto isso... tu ne m' aimes pas, tu ne m'aimes pas.
As tuas unhas deviam ser só minhas.
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A de sempre

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