quarta-feira, 12 de dezembro de 2007

Vou fugir sem ti.

Eu pelo menos aviso-te.
O que te quero dizer talvez doa, talvez me mantenha parada até que o sangue que me corrói as danças estanque. O que te quero dizer talvez doa demais e seja mesmo esse o caminho que se precisa fazer; afinal os pés servem para serem pisados. O que te quero dizer não to quero dizer. Já dói ainda sem doer, e dói quando penso que a estória é tão minha quanto tua. Não é de alguém, sempre foi do mesmo. Odeio-te.
Odeio-te por nunca me teres levantado, odeio-te por teres deixado que guarde tanta mágoa amarrotada para ti ( e que tu não passas que "isso não é de homem", claro está), odeio que penses que são poemas que me trazem de volta e que esses mesmos me façam querer voltar. Odeio falar de amor quando a coisa é de outras vidas e esta vida não quer adoptar o mesmo sistema. E que eu espere sempre que ela me adopte e berre e quase ore por um lar sem discussões ou ausências. Odeio que entres, estagnes parado a olhar para mim e me deixes chorar, soluçar até depois de achar que não há mais lágrimas decentes, não há mais estrada, e mesmo depois, continue a desatar a alma porque queria que me parasses. És tão egoísta que não me deixas outra alternativa senão pensar em ti.

Eu devia parar , eu sei que devia, mas hoje são demasiados ontens acumulados numa tralha que já não se arruma por si só (juro que pensei que algum dia seria o dia). Estou cansada e tu não ficas para me adormecer. Nem para me levantar, nem para me dizer que eu sou uma boa pessoa e que mereço melhor. Tu não, todos menos tu. Eu própria estou tão amarrotada que só queria que tivesses a vontade ou o desespero de me passares por uma vez a limpo ou a vapor.
"Qualquer dia largamos tudo e fugimos juntos". Odeio-te.

1 comentário:

Anónimo disse...

o pior efeito secundário do amor é o ódio que o sofrimento trás com ele! conseguiste traduzir por palavras aquilo que eu pensava relativamente a isso! está fantástico! ADOREI! beijinho