segunda-feira, 7 de janeiro de 2008

Ab aliquo


Não tem sido. O quê? Fácil. Não digas. Não, de todo.
Não sei se acordo ou se sonho ou se vivo ou se morro neste cinzento deita-abaixo tudo aquilo que apanhares. Há-de ser uma destas que é o hamartê da coisa. Não sei se me ouves ou falas sequer, mas és meu enquanto não penso. Sabias disto? Não sabes não, não tem sido fácil também para ti. De todo. Não tem sido fácil de maneira nenhuma e, no entanto, o mais difícil parece isto. Despedir-me. Acordar. Levantar-me.
Acorda, olhos água e devolve-me a direcção. Tão estranho tentar andar sempre a direito e nunca parecer que é a direito que ando. Acho que um dia serei julgada por fraquejar tanto dos joelhos. Não sei amar de outra maneira. Não sei viver. Afasta-te.
As palavras estão soltas e não arranjo ponta por onde lhes pegar. Deixas-me ser disléxica ou surda (por favor, surda é que era) só esta noite para convocar uma desculpa? Enquanto não penso. Enquanto esta sou eu. Enquanto rastejo e não há mais nada para fazer senão rastejar. Gemer está fora de uso, a dor já não se mede nem calcula. Imaginas? Tire-me 200g de dor aguda no miolo se faz o favor, que assim já me cansa. Já satura. Imaginas?
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Acorda, a brincadeira já acabou.

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