quarta-feira, 9 de janeiro de 2008

Mo(n)stra-me

Se é a mim que querem, é a mim que vão ter. Criança tola e mimada que não está habituada a mortes e despedidas. Nem tudo junto, nem tudo separado.
Eu prometi-te que não voltava, lembras-te? Eu prometi que a garganta não ia sufocar mais e os olhos se fechariam sempre como te disseram para os fechares. Acreditaste um só minuto? Sorriste tanto que a máscara já não se despe. Que o que julgam é que não me tens contigo, é que as mãos são só tuas e que o nariz respira sempre.
Não vás, por favor. Preciso de ti. Não percebes que ela volta quando o quarto está escuro e os sonhos não se calam e só me fazem chorar. Quando os dias se revoltam e não me querem perto porque eu não sou gente, dizem eles, já o fui e não o mereci ser.
Verme tresloucada que só empatas o feliz, deixa-o morrer em felicidade e anda morrer comigo. Prometo ser-te doce e sussurrar sempre que os teus ouvidos rebentarem e despejarem a realidade para coisas paralelas, espelhos partidos ou gatos pretos na porta. Cacofonia pegada. Ahah que mais não dá.
Não percebes, não me queres perceber. Eu sou fraca , porcelana da mais rasca , não ouviste dizer? Leva-me contigo, desta vez. Não te vejo mais a ti, nem a ti, nem a preto e cinza.
Surdez. Silêncio. Branco. Paz. Finalmente bem-vinda.

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