segunda-feira, 28 de janeiro de 2008

Geração Passaporte B Á BÁ

Isto não pretende ser um texto conciso ou coerente. São rascunhos, desabafos de quem se sente num eterno porto a ver os seus sinais de pele a desaparecerem nos navios do "não sei ao que vou, mas vou para melhor". A minha ansiedade de vida condicionada na bizarria que são as relações e as pessoas que entram e saem e nunca são filhas do acaso. Gostava de conhecer Alguém Coincidência, mas dizem-me que palavra é um nome comum abstracto, e quem sou eu para contestar? O Destino por cá é estreito, vamos lá ver o que ele diz às terras que se marcam nos passaportes, com ou sem vontade, com ou sem objectivos, com ou sem olhar para trás.


(Revi-te para te dizer adeus, quando ando há meses para te mandar uma mensagem e a coragem me falha sempre. Ainda no Natal, ou há uma semana. O Olá , tudo bem? foi substituído por um Vou partir e espero reencontrar-te, Vem ter comigo, tens casa e o resto, logo se vê. A fome é clandestina, a força vai faltar e é preciso desejar tudo de bom num abraço, que isto é quase uma morte e a morte mata-nos por dentro. O B á Bá das almas sem bússola mas sonhos que valem por serem longe, que este chão já não tem mais espaço para mais entrelinhas e quedas.)


Pergunto-me se fugir não será mesmo a coisa ideal, a coisa que não é mais nada - uma coisa qualquer sem nome nem argumentos, mas ainda Ideal, que é o que sempre nós, bichinhos ciganos, procurámos desde que o mundo é mundo. Nunca me apeteceu tanto ser errante noutra vida, noutro espaço e noutras amarras nulas. Por (h)ora aceno - já deixei o lenço fisiológico cair outra vez no chão. O mesmo que já não tem espaço e só amontoa tralha de mente, bibelot decadente. De qualquer das formas, abraço-te com as forças de um admirador secreto, pelas tuas asas e olhos de águia revolucionistas. Eu vou ter contigo procurar uma casa, um dia destes. Peço desculpa pela minha coragem de chiba, pela minha falta de Olá, tudo bem? Tudo bem, Isso é que é preciso, força.


Tantas despedidas e eu com o meu lenço - agulha perdida no ar que também aperta, tal qual Destino não português.


"The times you never said

How've you been?

Do you need anything?

Want you to know I'm here?

Want you to feel me near?

Yeah...and I hope I hope that you will find your way"

in "Stay" , by Elisa


P.S. - "A alma a desatar" nunca será concisa ou coerente. Gostava de passar mais tempo contigo, enquanto me entraste e ainda não saiste. Não existe o acaso nem a coincidência, está provado artisticamente, que é o mesmo que dizer, abaixo os cientistas - fora- os - que - viajam - com- bandeirinhas. A vida é tão curta e tão rara. Se nos encontrámos no tempo, foi porque o tempo é amigo e perdoa-nos a carne fraca. Que tens hoje na algibeira para me ensinar?

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