quarta-feira, 9 de janeiro de 2008

I-I S-E-I-N

Dissertar sobre nada, por não haver nada por se dissertar. Discutir sobre tudo, por não haver nada para discutir. Pensar sobre nada, quando há muito em que pensar (ou o inverso, ou o correcto). Mudar tudo para tudo ficar na mesma, ou mudar para pior. Escrever, apagar, escrever, apagar. Tentar mudar o mundo que não quer ser mudado.

Dizem-me sempre: andas triste. Dizem-me sempre: que má cara. É mentira, só não tenho vontade. Só não tenho objectivos. Só tenho medo. Só acho que... talvez não valha a pena.

Tocar um dia inteiro a mesma nota, acompanhado da mesma batida, sempre de sorriso nos lábios: só porque encaixa. Já tenho saudades de fazer de conta que tenho projectos de faz de conta. Sim, depois das frequências, já me disseram...

Quero estar ocupado a fazer coisas que realmente importam. Quero observar as pessoas que realmente importam, todas. Quero sentir-me completo e não obrigado ao realizar um trabalho, mesmo que seja hercúleo.

Excelentíssima Fiama Hasse Pais Brandão, empreste-me a sua Voz para que ela me diga: Calma, ainda és novo, tens muito caminho pela frente. Sim, a Voz sabe, ela manda no tempo, sabe que sou muito novo. Só não sabe para quê. Nem eu.


ER.

3 comentários:

Eduardo disse...

Será...Apatia?sim, e não só: falta de vontade para tudo e para nada...mas será que doi?claro que sim, porque nos sentimos inuteis e preguiçosos...mas será que o somos?claro que não.
Escrever sobre o que sentimos, também faz falta caro eduardo...Grande abraço, afilhado

Anónimo disse...

You are

lost.

forever.

1NFTxDay disse...

Estamos sujeitos a uma estranha e involuntária cedência à hipocrisia do(s) tempo(s) e, por isso, vamos tentando "mudar o mundo que não quer ser mudado."

No final, talvez não valha a pena mudá-lo, mas decerto também não valerá a pena mudarmos por ele...

Só nos resta combater essa hipocrisia mundana, "só porque encaixa", e SER. Talvez contra a "Voz" de que falas, talvez contra tudo, talvez até contra todos, mas com objectivos, enfim.

Fica bem.
Paulo Miguel Torrezão