sábado, 26 de janeiro de 2008

Monólogo interior


Peço desculpa, mas o que tem de ser tem muita força e como ultimamente estou a dar para coisas parvas - do tipo conversas comigo mesma- quero dizer-te que gosto de ti , enquanto posso e é noite e há desculpa.


Tenho saudades tuas e quase já não penso nisso - a toda a hora. Chego à conclusão que todas as minhas tendências depressivas estão, portanto, explicadas; Sempre tive a sensação de, quanto mais feliz me sentia, mais próxima estava da morte. Amo demasiado a vida para me sentir feliz. Da frente para trás e mais não digo.


Mas há mais finais de tese. As músicas não pertencem a alguém e os sonhos são só sonhos e mais o tudo que são. As nuvens têm realmente tons de amarelo, cinzento e ocre e até há dragões nítidos construídos nelas, como os castelos -e as fossas e os crocodilos e piranhas - na areia.


Não tenho medo de me repetir , antes o medo mora no medo de não decorar e entender o que digo dentro de mim. O medo sai do medo e o medo não é nada. O que queria era que me pedisses em casamento, para te esfregar a resposta odiosa na fronha facial e afastar-me da tua vida, para sempre e todo o sempre , juntos, pois claro, não se está mesmo a ver. Nesse esquema não pensaste ; era tão simples e o mais eficaz. Erros. Perdoo-te, não me interpretes mal.


Quero fazer as pazes contigo. Não me julgues mal nem me queiras bem. Estou a usar-te para seguir com a minha vida em frente , porque segundo o meu psicólogo de auto- ajuda me disse "o que é necessário é entender , sorrir e deixar ir o passado". Pára o carro (floresta). É aqui.


É aqui que termina a viagem, que terminas tu e começo eu. A Alice vêm aí daqui a nada a perguntar as horas e eu vou com ela procurar relógios. Gosto de ti, enquanto posso, e quero-te sempre no fim do arco-íris, como uma coisa boa à minha espera, da próxima vez.


Por enquanto é tudo, amo mais um pouco a vida. Quando acordar- e só porque hoje o quero, hoje sou eu que o quero - vais ser o meu sonho de vida perdida, anos rabiscados, lutas de quem vai à guerra, dá e leva. E só um sonho e tudo mais o que os sonhos sempre serão.


Cláudia


2 comentários:

Unknown disse...

The End



Finalmente...

Susana disse...

E aqui o capítulo é fechado. No próximo, número 173+7, descobrirás que para amar a vida não é necessário ser-se infeliz, que não é a nossa vida que anseia pelas lágrimas, mas sim as vidas alheias, que se alimentam delas. Assim, meu girassol, vira a página, lê e diz-me o que sentes. *