quinta-feira, 3 de janeiro de 2008

Pede um desejo.

Não sei que pedir. O mesmo nome a despedir-se e a vontade imensa de largar tudo e comprar cinquenta cadeados para usar ainda não sei bem onde. Engoli-los a todos e tentar pular, a ver se ainda arranjo algum humor no pulmão, negro e sarcástico, como manda a lei.
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Não quero amores nem paixões, vê lá se percebo. Não quero buzinas, o meu carro já não pega e não quer ajuda, muito obrigada. Não quero abraços ou aquelas coisas desinteressadas que as pessoas dão quando parece que fica bem. Não quero funerais nem choros. Não quero funerais sem choros. Não quero que me julguem quando rebentar a torneira e não quiser vivalma perto de mim. Não quero desastres nem ataques cardíacos. Não quero prever o que vai acontecer, não quero. Não quero nada a não ser sair deste quadro absurdo, sem a luz e o talento necessário.
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Se pudesse, arrancava-te a dor toda do peito. Se pudesse, arrancava-te o peito para que não sentisses mais dor. Se tivesse algum tipo de dom, gostaria de ter morrido no teu lugar. Não tenho, graças a Deus. Pede um desejo, deseja-me força. Eu não sei que pedir a não ser sonhos ou escritas mais felizes.

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