sábado, 15 de março de 2008

Ataraxia


Entremeando pelos pólos opostos de uma vida
Penso na morte como rival de uma escola antiga,
No amor que se recria à minha imagem,
Firmo como certeza a calma de um olhar pasmado no presente.
Preguiçosamente me levanto (a raiar o sol, terno convite)
E espero o dia que se mostra rápido a acordar,
(e tu tão longe, coisa de família, que os laços não deixam quebrar)
Mando uma mensagem de amor a ela, a minha razão
E lá penso em ti, como possas estar na tua felicidade londrina,
Juro, juro que penso.
Passam as horas rápidas muito lentamente, até que seja outra vez cama,
Quando fico prostrado falo para o meu caderno, derradeiro ouvinte
Sim, porque a calma também implica a consciência do estar,
E falo de novo com ela, a minha sensação de amor.
Também há dias de entremeando, no meio dos dias opostos;
Sou a opção de relaxamento ou de adrenalina,
Qual viciado em sensações, mostro-te quem sou de verdade.
Tu estás por aí longe, será que tens calma?
Mais um dia passou, e eu e tu falámos sobre ela, aquela lá ao longe
Sim, não a conheces como eu, mas conheces-me
Sabes a dor que ficou pela saudade. É família, certo?
Hoje com serenidade vejo-te e entendo-te,
Porque em dias como este em que o sol nasce e a lua cresce,
A alma fica cheia por apenas estar vivo, e ser entremeando.


Eduardo Coreixo

2 comentários:

Ciocarlia disse...

A sensibilidade que transparece(s) é uma coisa absolutamente tocante.
Continua!

(é familia,sim.) Beijo.

Anónimo disse...

Adorei, um dos teus melhores de sempre.

=)