Mais uma vez, eu vi mas não agarrei.
Existem retalhos de ti que me vão encontrando. Como quando encontro clips nas pedras da calçada, ou isqueiros com desenhos de anjos e chaves com asas. Como quando acordo com vontade de devorar todas as coisas boas no mundo e mantê-las todas dentro de mim, na certeza de que assim, tudo vai correr bem. Quando interligo o Universo com uma estranha certeza de ser este o caminho. Como quando pessoas únicas e mágicas como tu me aparecem e se sentam à minha beira - e amam Arte e comparam Meca com o resto da Europa. Filosofias de vida que me encaixam como uma luva, ou gente interessante simples. Gostava de cruzar no calendário as datas; entretanto esqueço-me de mim e do que é sentir. Mas hoje basta-me que não seja aquele, que sejas tu e que ainda tenha dois dias para me começar a esquecer dos teus traços siameses e das palavras oferecidas ao vento que- nos- leve- aonde- ele- quiser. Eu sou fácil de encontrar, mas muito pouca gente vê isso.
Falei-te em viajar; queria que me levasses contigo, mas não sabia ainda o teu nome. Logo no início, queria que me levasses contigo. Devia ter gritado que te queria ver novamente, mas mais uma vez foram as minhas pernas as únicas a moverem-se. Direcção oposta, ritmo dinâmico, enquanto a estaticidade tinha aquele travo a pessoas mágicas e únicas à minha beira.
Nestes dois dias em que ainda não te esqueço vou -te escrever os cabelos, contá-los um por um e transformá-los em serenatas, para depois lançá-los ao vento : aqui estás, aqui foste.
Quem sabe um dia. Outra Vez. Eu agarre. Eu sinta realmente muito prazer em conhecer-te. Dei-me conta hoje de manhã que um dia vou ser eu a morrer.
2 comentários:
A morte invadiu-te?manda-a dar a volta de quem perdeu a chama...
Neste texto foste expressiva!Mais que nunca, se me permites...
Bejos escritora
já não sei o que de bom posso dizer aos teus textos...não me quero tornar repetitivo.
mas posso dizer que gostei.
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