quarta-feira, 14 de maio de 2008

Hora do Conto

Fábio era um rapaz bem sucedido com as raparigas e com o emprego. Tinha tudo o que queria e uns pais que lhe davam mimo extra por ser filho único. Fábio tinha, pois claro, uma namorada lindíssima, com um cheiro distinto das outras, que ele reconhecia a quilómetros. Ela era a Elisa.
Não era que Fábio fosse algo por aí além em termos físicos, mas era um rapaz muito bem parecido, e com um charme fabuloso que cativava muito a 'claque' feminina.
Elisa, pelo contrário, era pouco dada e não era muito encantadora, mas a sua beleza fazia corar até os príncipes encantados dos contos de fadas.
Não interessa para a nossa hora do conto fazer grandes descrições Tolkianas ou Queirosianas, porque quero que o leitor dê asas à imaginação para imaginar a cara destes personagens e o seu traço e perfil, ou ainda, se quiser, se inserir dentro da pele destes personagens.
A dada altura das suas vidas, Fábio recebeu um convite para ir trabalhar 3 anos para o estrangeiro, ganhando um dinheiro fabuloso, e teve que se despedir de Elisa. Na despedida, Fábio disse que não poderiam continuar o seu relacionamento e Elisa admitiu que, realmente as condições eram más para que o noivado se segurasse.
A nossa personagem masculina segue e viagem e rapidamente se aproxima de várias raparigas, tendo várias más experiências, inclusive uma que andou um ano a extorquir-lhe dinheiro.
No seu caso, Elisa esperou... Mas, ao saber das notícias do seu ex companheiro, decidiu que estava na hora de ter uma nova vida.
Quando Fábio voltou, estava sem dinheiro do trabalho que tinha feito, estava sem vida e teve de pedir uma grande ajuda aos pais. Decide então que ao menos redimir-se-ia com Elisa, tentando que esta voltasse para ele, estando à sua espera, fielmente. Puro engano. Elisa já estava casada e tinha agora uma família, pois estava à espera do seu primeiro bebé.
Arrependimento, foi o que Fábio teve até ao resto da sua curta vida, arrependimento por ter sido guloso e ter aceite emprego fora do país quando estava para casar com a mulher mais perfeita para ele, arrependimento por ter sido egoísta e não pensar que levava alguém a sofrer, e acima de tudo por ter deixado toda a gente ao seu redor desiludidos.
Sem nada e sem razão de se manter vivo, não esteve em Portugal mais do um ano, e partiu, para debaixo da terra, com um tiro no cérebro, de forma a estragar o que lhe tinha estragado a vida, a racionalidade...

próximas palavras chave: euro milhões, DVD, carta de condução.



Eduardo Rilhas

1 comentário:

Anónimo disse...

Clap Clap Clap!
Adorei!