domingo, 18 de maio de 2008

Knock knock


Posso entrar?


Estendam-me o caminho, limpem-me as pedras e os olhos, enfeitem o meu pó de arroz, tragam-me a namoradeira, o chapéu de sol bordado a delicadezas e um espartilho que me esparte e aparte para onde mais longe conseguir ir a minha imaginação. Se a luxúria é pecado, tenho na guerra a coisa mais limpa cosmopolita e trago mas deixo o Futuro à porta, porque bem sei que aqui não se aceitam animais de estimação, vícios indesejados ou dias partidos e estilhaçados nos ses.

Precisava de compreender umas coisas. Não compreendi nada, mas que se dane, que danada fico muito mais bonita, como tu insistes e dizes que assistes. Eu aprendi a estar calada, quanto fica bem a uma senhora. A vontade é minha, o ferro e a força faltam-me. O vidro, ai, o vidro dava para um conto e meio, se os contos ainda nos valessem. Mas o que tenho mais de minha é a ignorância e Deus sabe o quanto lhe agradeço. De tantos sinais, vieram as sardas. De tantas sardas, eu vi estrelas e céus despidos. De tantos céus que nunca foram cópias das cópias de um céu original, encontrei-me sem perceber nada e, no entanto, feliz.


E hoje sou senhora de voltar, desde que não me perguntes quem sou.

2 comentários:

KerberoS disse...

quero brincar com as palavras como tu...
welcome back...
'o blog tem [tinha] saudades tuas'

Eduardo disse...

bem vinda sejas de novo...bem-vinda.