domingo, 31 de agosto de 2008

Apatia II


Continuo à espera na toca do lobo,
Nas ruas de calçada irregular atravessada pelo vento,
Sentado num muro de cal descaída, de cor esbatida.
Continuo à espera por entre os pilares de mármore,
Porque nada desse mundo por aqui passou, nem frios nem tremores,
Nada, sem mesmo ser o vazio, ele mesmo.

Continuo à espera da boa nova trazida pelos novos tempos,
Tentado pelo medo de que tudo se vá pela saudade,
Espero que tudo não seja, senão o medo de cair na verdade.

Continuo à espera por algo que não seja o presente,
Hoje olho em frente, porque o Homem não o faz,
Fico à espera que o sol se ponha, na mente do pecador.
Eduardo Coreixo

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