quinta-feira, 7 de agosto de 2008

Porquê

(Dedicado à menina - mulher Ciocarlia, que me aquece os dias com a sua escrita e com a certeza da sua compreensão. Foi um Enorme prazer conhecer-te - até breve).

Deixámo-nos morrer. Deitámos as malas e as cabeças no chão, completamente desgastadas e fartas de pó nas memórias e nos nós dos dedos. Jurámos Nunca Mais como havíamos jurado Para Sempre, com a mesma certeza do engano, o mesmo cheiro a vento e a morte, a momento irrepetível e triste por si, por isso mesmo. Fizemos birras, perguntámos Porquê todos os dias a todas as paredes e ninguém nos deu respostas. Surdos, mudos e cegos que sabem que valemos por nós mesmos e que já estamos habituados a estar sozinhos, a não partilhar os chinelos e as toalhas da casa. Nós entretanto choramos que seríamos felizes se nos víssemos e se houvessem epifanias complicadas de impôr respeito como Chegou o teu momento de ser feliz.

Nós fomos fracos porque a carne é nossa (quando não é um do outro). As lembranças tornaram-se vaporosas e confusas. E quando já tinha passado da hora desaparecemos, prometendo que da próxima vez iria haver solução. Ou que, pelo menos saberíamos o Porquê.

2 comentários:

Eduardo disse...

Viver por nós, é um porquê que ainda não consegui entender, sabias?
Gostei, como sempre, e desculpa a demora em escrever e a comentar, mas é que tenho andado um bocado por aí, à procura (de novo) de mim, ao sabor do...Mundo.

Beijinhos, e até já

Ciocarlia disse...

Tu é que me fazes bem. O que escreves tem magia e é uma honra ter-me sido dedicado um texto teu.

Obrigada. (vamos ter de inventar outra palavra porque,contigo, vou-me repetir até á exaustão)

Beijo