segunda-feira, 15 de setembro de 2008

Impróprio para consumo

Bem que se luta por um bem maior, sim é verdade,
E é tudo por demais evidente, que não brilha por teimosia.
Diz a voz rouca, que a modéstia desta manhã mais fria que gélida
Se recreou em volta destas folhas caducas, de paisagem sombria.
É o frio, apenas isso.
É como estar na linha do horizonte, a tapar as perspectivas,
A estrangular as cordas da virtude inocente,
Entupir as veias com a chuva que cai raivosa
Nestes dias de cinzenta imaginação.
Tem que ser a pele que se está a infiltrar na outra,
Porque ainda não é altura de perguntar o porquê
Porque ainda não chegou a altura de passar os dias a vaguear,
Ainda não é dia de pintar a cara de branco, e sorriso falso.
Marcado está o céu, porque deixará de ser o limites,
Nada é já certo, nada é de feitio,
Assim que em horas como estas, voam-se as letras,
Ficam os espaços.
Resta beijar o espelho, e admirar o que se vê perante ele mesmo,
Porque em dias como este, não há explicação para mim.
Eduardo Coreixo

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