quarta-feira, 10 de dezembro de 2008

Pequeno poema

Uma vida a dois

No meio da cidade deserta que é o teu coração

Por ramos doces, que crescem do chão imundo

Arenoso está o botão para desligar a morte.

Cidade perdida, qual Lisboa em tempos de guerra

Olho para ela, como piedade em calda em ponto;

Tudo o que se diz e não se escreve é pecado,

Porque assim se perdeu o contracto com a felicidade.

Negro, negrito, negridão completa

Choro pelas almas que perdeste nesse deserto de água seca,

De sol duro e mordaz, do tocar da fonte luminosa.

Eduardo Coreixo

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