terça-feira, 6 de janeiro de 2009

Registo de (im)propriedade

Parece que já vim de tão longe
Para agora parar firmemente neste lago,
Parado, paradinho vejo a transparência da água,
Sonho pelo dia em que aí irei acima.

O futuro não são as crianças, pois é quem então senhor?
O futuro é a nossa vontade de pecador,
A esperança da humanidade no seu crer,
A capacidade de absorver o sentimento,
A nossa senda, o nosso objectivo, é o cinismo.

Olhei-o como quem não quer a coisa,
Do alto da água profunda, própria para o suicidio,
E com o olhar queimei-lhe a órbita sonhadora.
O culpado sou eu, que lhe retirei os horizontes,
E lhe mostrei a ganância.

Senhor, gostava de aprender a amar e observar...posso?
Para quê criança amada e mirada pela morte individual,
Se aquilo que deves e queres aprender é a vontade do grupo,
Que aquilo que tu saibas seja útil a alguém, menos para ti,
Deveria, e vai ser por certo, o cume da tua vida.

Gosto de te dizer que sou superior,
Que o chá só se derramou, porque ao longe tu abanaste o ar.
Vê-me a mim, criatura inóspita, aqui sobre as águas,
A apontar-te o futuro, a tua inércia
A tua ponta de seta no coração.

Senhor, afinal quem somos?
Que pergunta parva, quase imprópria de uma criança;
És aquilo que te disserem para seres,
És uma peça do puzzle em que te quiserem inscrever,
Hoje és individuo, amanhã serás propriedade de alguém.

São estas as desavenças do meu mundo.
Eduardo Coreixo

6 comentários:

' Rôh disse...

Linkei vc, ok?
Ah!!! Como sempre escrevendo mtu bem!!!
PARABÉS^^

Roh

João Fialho disse...

Só para deixar saudações, meu caro Eduardo.

Eduardo disse...

Muito obrigado pelos comentários

Muni disse...

nossa, que incrível *___*
gostei muito mesmo ^^
até mais...
o/*

' Rôh disse...

Apareeeeeeeeça, não nos abandone! rs


Abração, cara.

Eduardo disse...

Voltarei...hoje!