quarta-feira, 8 de julho de 2009

Lu-ta(nia)


Deixa-me ir, todo o sentido já se foi, porque não eu?
Não posso sentir-me contigo agora,
Porque estou tão embaraçado, e não te consigo ver
Sem ser a verdadeira miragem de ti, da tua maneira de olhar
Porque o coração acelarou. Estou a tentar mudar.

Faltaram-me as horas de sono esta noite,
Porque sei que é tempo de mudança, chorei pela inoperância.
Cristalinos foram estes os olhos que te beijaram
E que ao serem fechados, ouvi a tua voz, na escuridão do som
Por isso desculpa,pois não sei o mal que fiz.

Todo este tempo, as coisas deixaram de ser melancólicas
Tudo passou na história mais fria alguma vez contada,
Em tempos de calor, só o teu beijo me aquece.
Longe de mim ser a tua sombra, demasiado se passou
Ainda que hoje eu seja a tua verdade, a tua presença.

É hoje à noite que ouço a minha história,
Daquele que perdeu o coração, que cortou a tripa de poeta
Que foi o servente da escravidão intelectual;
Hoje o choro é diferente, não é de desespero,
É choro de reconhecimento.

Eduardo Coreixo

1 comentário:

No Limite do Oceano disse...

O próprio choro tem alma, e depende muito do que sentimos, não dizem que também se chora por nos sentirmos felizes?

Abraço,
Carlos