domingo, 15 de novembro de 2009

2012


Não consigo imaginar um mundo como esse que dizes. Que faz e desfaz sonhos como quem marca cruzes no calendário. Que vive do piso-mais-para-ver-se-gemes e se, de alguma maneira, nos tornamos escadotes de bolso uns dos outros. Dos jeitinhos que nos dão para nos ajudarem a passar a estrada e acabarmos em sangue, só pelo hábito e gozo sádico -vampírico. Dos abraços em extinção, das flores que só se apreciam porque se agradece a companhia, nos hospitais. Das tabernas que são igrejas, onde o respeito e a compaixão ficaram à porta, por ordem do sr. padre. Do que dizem ainda ser amor, que depois se revela tusa e nenhum afecto que realmente torne impossível o futuro não-vazio, com fado que pare noutro cais.
O que não se disse é o seguinte: Que não acredito no que verifico todos os santos dias, para depois me dizerem que há um mundo do outro lado, exactamente igual a este. É que não consigo, sequer, imaginar.

2 comentários:

Eduardo disse...

Fazes-me lembrar a conversa que tivemos no outro dia aqui na net...já viste o tempo que tivemos a falar por voz, e nao pagámos nem um tostão afilhado? Estas modernices...

Enfim. Grato por nos teres agradado com este texto, e desculpa o pleonasmo, mas é que estou mesmo agradecido por este texto.
Embora rude, faz-me todo o sentido.

Pseudónima disse...

Eu não sou o teu afilhado. muahahahah. -_-

anyway, thank yo. E cumprimentos, ó tu. :)