quarta-feira, 18 de julho de 2007

E minto outra vez, se for preciso

Disse tudo, tudinho, sequei a garganta e o pensamento, gritei o que ele não queria ouvir, sussurrei as palavras doces. Menti.
Nunca lhe disse puto, nunca deixei para hoje o que era de hoje, nunca deixei para ontem o de amanhã. Nunca menti.
Vomitei tantas palavras, tantas, tantas, e não me lembro do que disse. Implorei. Esperneei. Ele não ouviu.
Jurou-me que fora sem intenção, que fora "tão sem querer" e eu juro que não acredito. Não lhe perdoo, é o que é.

E minto outra vez, se for preciso.

Claudia

1 comentário:

Anónimo disse...

Os gritos mais dilacerantes nascem no silêncio gélido que trespassa o olhar de duas pessoas.
Porque é que existem pessoas que ouvem tarde de mais?...

Escrita sempre com tanto significado e que nos marca e relembra do que nos está à flor da pele.
Kisses,
Shadow