quinta-feira, 23 de agosto de 2007

Não abro a condição




Não é que a porta esteja totalmente fechada, sabes. Na verdade, deixei a chave bem à vista e todo um mundo para oferecer; esqueci-me antes do caminho para te trazer de volta.


Pedi-te que não me esquecesses com a força toda das paixões sem rumo definido ou passado que magoe, quando no fundo sempre me gritaste que as mágoas eram tantas, eram demais, que o medo que tinhas era o de cair, porque levantares-te arruinaria tudo pelo que alguma vez lutaste. Pediste-me que escrevesse e nunca mais te pedisse que me lembrasses, porque isso não iria mais acontecer. O que não disseste foi o que fiz. Fechei a porta e deixei a chave perdida, por aí, num qualquer beco onde já nem sombras assombram. Bem à vista, por aí.


Mas quer dizer, a porta não está totalmente fechada. Tu sabes. Só que eu também tenho medo, muito, e tempo, tão pouco e tanto que acabei por também te esquecer, enquanto não te apago.




Uma outra vida, sem dúvida nem certeza alguma.



Cláudia

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