domingo, 28 de outubro de 2007

Sinto-me doente



Sinto-me doente.
Sinto-me doente
ao ponto de não conseguir explicar o que sinto.
Tenho algo que me incomoda constantemente:
não é dor, não chega a má disposição, não é nada. Minto.

Tenho de ir ao médico, estou preocupado.
Sinto-me doente, não me sinto bem.
Tenho de saber o que me tem alterado
a boa disposição, o estômago, o fígado, não sei...

Sinto facadas nos pulmões, aperta-se-me o coração.
"Trago a noite no meu peito", racha-se o meu crânio.
Deliro num arrepio. Inverno eterno, não sinto o Verão.
Intoxicando ao ritmo da música, esta mata-me como o pobre Urânio.

Já não sei o que digo, as palavras são flashes de memórias.
Balbuciando que nunca amei, que sou pedra.
Espero não morrer, sou novo e faltam-me histórias,
vive ao máximo e morre jovem não é a minha regra.

O mundo à minha volta torna-se negro,
fecho os olhos e tombo na poluição.
Choro, dentro do meu olhar cego,
e logo acordo. Não morri, não.

Mas sinto-me doente,
Sinto-me doente
ao ponto de não conseguir explicar o que sinto.


Foto: Gonçalo Gameiro

Eduardo Rilhas

1 comentário:

Anónimo disse...

Olá

Como te percebo.. Eu também me sinto sempre assim...
Esta situação provoca-me um medo terrivél da doença e da morte... Ando sempre com dores, com desconfortos, com sismas em doenças...
Agóra por exemplo ando com dores do lado direito da barriga e um medo muito muito grande de ter algo no figado, pancreas, estomago.... Sei ´lá... Sinto-me Doente...

Cumprimentos