sexta-feira, 30 de novembro de 2007

Como se paga



" Não tem piada, já te disse! Não é minimamente a altura nem a ocasião para a piada fácil, difícil, meia-meia, não é altura. Não me abanas os ossos nem me macabras o sangue com épocas festivas ou diz-que-disse' s intrínsecos. Não percebes talvez, já não me colas, já não me cortas, já não me tens no efeito penoso na pele sensível. Não ardes, não congelas. E melhor que tudo, não tens piada. Pensei que fosse mais difícil, mas nem piada tu sabes ter. "

Ele, estagnado e absorto na sua falta de resposta. Os músculos de todo o seu corpo mortos- morridos instantaneamente, desfalecidos como pedra e os únicos, os únicos que mesmo depois de mortos a moverem-se, apenas pernas, assustadas e alucinogénicas, com o confronto da realidade. Ele a fugir.
... eu, a rir-me, rir-me , rir-me até não poder mais, até me sentir tão louca e, num repente, ataque da minha consciência, quase incomodada pelos olhares indigestíveis. Controla-te, arranja-te como boneca de trapos que és, mas confessa... até agora o riso não dissipa, por dentro do espelho.
Hoje descobri como se paga.

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