Ontem parece tão vago,
Porque ontem passou-se e não ficou,
Sabendo que o amanhã não é certeza
Fixo-me no presente, na decência do poder de decisão.
O ontem não faz parte do tempo jogado,
Porque a memória esvaziou de encontro aos dias que passaram,
Sabendo que o amanhã não trará o verdadeiro sentimento,
Fixo-me no presente, ele que me alimenta.
Ontem é a palavra que ficou,
Porque ontem escorreguei por dentro do tempo,
Sabendo que o amanhã me irá trazer conclusões,
Fixo-me no presente, para marcar a minha posição no horizonte.
Poderia ter sido mais fácil, mas faltou-te a alma de poeta
E bateste quando devias ter falado pela escrita,
Porque a vida morde a cauda a quem a pisa
O presente, engana a fome de mar, de sol, de chuva, de choro.
É então, hoje o dia ou noite
Que o céu sofocará a gravidade,
Porque às portas do paraiso ouvem-se queixas
Porque tudo acontece no momento, no presente, e nada se recorda.
O tempo já passou,
Porque o deixámos passar,
Porque sabemos que ele está aqui agora
E que amanhã voltará.
Eduardo Coreixo
2 comentários:
Ainda há de vir um dia em que tu não postes logo a seguir a mim. Atropelas-me os posts pá!
Só porque escreves bem...vê lá se não levas uma lapizeirada no poema.
Ainda que tu, que tu nao perdes essa alma de poeta... que deixas para tras o ontem e esperas que o amanha seja melhor lutando por isso no presente...
admiro-te por isso, es corajoso em pensares assim, lutas com a tua arma.
A tua escrita.
Que esta cada dia melhor...:)
beijokinhas
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