domingo, 2 de dezembro de 2007

Apagão


Sentir-te a respirar, era onde queria estar porque a distância queima
E tudo fica disforme com o foco de tristeza
Quando tudo fica desfocado, e o tudo deixa de ser a razão.
A força acaba por se esgotar pela esperança que escassei pela confiança,
E a luz apaga-se quando deixo de estar concentrado
Quando a tempestade me levou mais para baixo, me cruelmente empurrou
Porque não quis adormecer, porque não quis sonhar contigo
Porque te quis ver à minha frente.
Pergunto-me se verás o turbilhão, o apagão que foi
Quando a morte não foi a tua, foi apenas momentaneamente o teu espirito
Que deixou de se elevar.
Tal a vontade que esmoreu o coração, com as altas marés
Tal a morte interior que se perderam os movimentos
Sem que seja o fim, parece deixar de haver a vontade.
Estás aí, e eu aqui mas vejo-te ao longe, e mando-te um beijo;
Aceitas e pensas que a distância não matou, mas feriu,
Porque é a natureza humana, porque foi assim.
Porque foi assim.
Porque assim o foi.

Eduardo Coreixo

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