quarta-feira, 20 de fevereiro de 2008

A dois (entre o frio e a cama)


Mostra-me o porquê de te ter escolhido
Mas não, não me esqueci, apenas quero ver de novo
Saber de novo.
Preciso de um sinal, de algo que possa ver, sem mistério
Porque ainda não sabemos o que é a realidade.
Ainda tento perceber porque é que me questiono da razão
Porque é que tanto sofrimento assola
Mas as provas ainda não foram prestadas,
E porque é que iremos, se não queremos ir,
(e porque tens que ir à minha frente,porque não esperas?)
E novamente, mostra-me porque é que caminhas comigo...
Não pergunto, eu afirmo,
Porque continuamos os dois a fazer a mesma coisa,
Porque dói saber cada vez que ficas ciente do perigo
Cada vez que perdes a frieza.
Foram estes os dias de beleza esquentada pelo frio,
Foram poucas as amostras de sossego
Vimos passar a solidão.
Fomos por aquela Torre acima,
Beijámos ao vento que nos lia de alto a baixo, qual lupa,
Mas sempre soubeste o que sou, quem sou.
Continuas a ler-me sem letras,
A ver-me sem íris,
A sentir-me sem corpo.
Fomos nós.

Eduardo Coreixo

1 comentário:

Pseudónima disse...

Photo: Bóónita.(tiras-me as photos do casamento? xD oki, vou-me resumir à minha insignificancia. =x)

De resto, muita inveja deste sentimento analfabeto e incorpóreo. Que se estenda por dias e dias, que sejam realmente sempre mais do que meros números no calendário.