segunda-feira, 11 de fevereiro de 2008

Happy Valentine


- Olá, meu lindo.

- Odeio quando me dizes teu.

- Esquece isso. Sabes que dia é hoje?

- Até que sei, se não me perdi nas contas.

- Queria pedir-te uma coisa, mas não sei como.

- Arranja maneira, tu é que sabes tudo.

(...)

A música pimba toca no café bairrista onde sempre parámos. Nada mais apropriado, penso eu. Tenho uma vontade imensa de me desmanchar num riso escarninho e a hora pede silêncio austero. Talvez uma folha e uma caneta saibam bem, depois do almoço.


" Quero pedir-te que me beijes a meio da rua porque sim. Quero que tenhas problemas, por amor da santa, qu'eu de santa não tenho nada, como tu dizes sem argumentos nem provas possíveis. Podias ao menos enfrentar a arrogância com o que te falta de tino e assim sempre fritavas o que está cru entre nós. Fazia mal à saúde, mas era capaz de valer a pena. Já agora, dá-me lá aquela paz que pedi ao Pai Natal e ele esqueceu-se. Balofo barbudo, eu porto-me tão bem e depois dá nisto; nova resolução de Ano mais ou menos Novo : dizer-te tudo na cara sem medo de enjoos ou de enjoadices (tanto mel resulta em pote vazio). Depois disto, só te peço que me agarres um pouco mais quando te disser que já não te quero. Quero que me declares guerra que não me largas assim com tanta facilidade, não és como o da esquina, nem o dos sonhos. Quero que me acordes amanhã com o cheiro de amores- perfeitos e o som de panelas a fazerem festa na cozinha, por causa de surpresas que não saíram assim tão bem como se queria. Um sorriso nos meus lencóis e os teus olhos a baterem-me à porta."


- Escreves tanto que até irrita.

- Quero que saias da minha vida, é isso. E que pagues a conta.


Palmadinha nas costas. Au revoir.

4 comentários:

Anónimo disse...

juro que amo os teus textos.

Eduardo disse...

ate me arrepiei...

Anita disse...

Muito bom!!

Anónimo disse...

Obrigada!!

(é pouco, eu sei, mas...nao tenho palavras! adoro mesmo tudo o que escreves)