segunda-feira, 4 de fevereiro de 2008

Karma Coma


Chama-lhe o que quiseres, eu queria perder-me nos teus silêncios e sentir-me parte deles, como se disso dependesse o teu mundo. Queria parar de ocultar, que se tornou pior que mentir. Restam cinzas e ciclos serpenteantes e eu nem de serpentinas gosto.

Desculpa por não fazeres parte. Eu queria tanto prender-me nos teus silêncios que acabo por expulsar as palavras que morrem de vergonha de serem ditas. Medo do que vem depois. Fitas que nunca mais acabam, laços que não ficam tão bem quanto pareciam ao longe. Distâncias que nunca vão desaparecer, a palavra nunca que não deveria sequer existir. Não para sempre. Não enquanto. Não, ponto. Um eterno sistema do contra. Do contra crescer, do contra as raízes, se fores pássaro, do corta e recomeça por onde der. Terrenos cultivados mordem-se de inveja da floresta e a floresta não se queixa (tanto se lhe dá, não lhe carrega o espírito).

Tens a certeza? Pensa bem, olha em volta e diz-me se não há tanto melhor. Tens melhor gosto que isto, sou uma prima donna sem família nem nada meu. Tão boa actriz que acredito nas minhas mentiras. E tentando-me fazer ver, passei para a margem de lá. Nevoeiro. Vês-me? Eu sei que me ouves, mas vês-me?

Enquanto não acordares, não sei como queres que isto vá para a frente. Cego, estúpido. Assina os papéis que eu parto para onde nem sonhes. O meu momento de luz está tão perto e tão longe. Preciso de me encontrar , rapidamente, urgentemente, como se disso dependesse o meu mundo.

1 comentário:

Eduardo disse...

São desejos sinceros?ou pensamentos abstractos?depois respondes-me...
bjs escritora