domingo, 2 de março de 2008

Fantasma Qualquerdia



Qualquer dia, ai , qualquer dia, acordamos todos com vontade de morrer e o mundo acaba, tão certo como eu não existir e eu sei do que falo à toa. O único problema maior de todos os horrores é a minha língua entorpecida pelo coma a que foi forçada; falta de papel em casa e uma caneta exclusica para as cruzes no calendário. Ninguém acredita nisto, vai brincando que qualquer dia, pronto. Tenho medo - por favor, preciso de deixar de amar rapidamente. Preciso de escrever sobre coisas sérias, coisas em que acreditem e não jogem lixo fora, Xô, bicho feio, vício aceso, desperdício, tempo, de.
Qualquer dia, ai, qualquer dia, há balas perdidas que matam o cego que não queria ver, o pecador pelo pecador, o justo julga-se o maior de todos os pequenos e isto já é tanto, se sabe que não existe. Saltos altos queimados, maquilhagem borrada. Qualquer dia. Gente que não se ouve nem ouve outrem, qualquer-ai-qualquer dia essa gente mata-se porque já disse tudo e os sonhos deixam de se contar. Os números e o mar a desaparecerem, baleias e génios como ratazanas e loucos, dentaduras voadoras e dentes partidos. Chapéus há muitos e não terão uso. Choramos e fabricamos fetos porque não há televisão nem conversas.
Qualquer dia acordamos com vontade de morrer e o mundo acaba. Até para os que mais amamos. Vamos à vida, à vida, está tudo dito, o original é isto, repetir que vamos à vida e ninguém nos ligar. Não acreditam, eu não existo e não falamos de amor (e) não existimos. Não existo nem leio entrelinhas. Qualquerdia, amas-me? Qualquerdia, estás morto. Amas-me? Tu és eu e eu... Basta.

3 comentários:

Susana disse...

Qualquer dia deixamos de correr para os braços do amanhã e aproveitamos a dança intrigante do presente. Qualquer dia deixamos de ser cobardes de algibeira - ou covardes... nunca sei o que sou, anyway - e passamos a ser senhoras do nosso dia. Qualquer dia, quiçá, fazemos uma fábrica de nuvens ou podemos sempre dedicar-nos à pesca que também é bom e sempre sai mais barato.

Seja como for, qualquer dia mudaremos o mundo. Se não for o mundo, ao menos será o nosso Mundo. E isso basta-nos, não? Pois. Então é isso. Qualquer dia remodelamos o nosso Mundo. Hoje é o dia.

*

Eduardo disse...

axo que o teu fantasma é ficticio...
sabes eu axo k por vezes somos o nosso proprio fantasma, parece que as vezes so andamos aki pela Terra para segurarmos a nossa sombra...apenas e só, sabes?
mas pronto...por aqui estaremos!
Kiss (gostei cm é claro)

Son Gokou disse...

Omae no unmei o shinjitte! ;)
Se não descobrires o significado ask me! lol
Sorry, mas tenho hábito de fazer isto. :p
Ganbatte ne!