segunda-feira, 17 de março de 2008

Vontade de sair!


Eu gostava de querer. A sério que gostava!
Gostava de dizer "hoje vou ser eu",
Ou então, sei lá, querer o céu, por saber que me era devido.
A confiança, ai que milagre seria,
Qual poema cantado, qual arma de serpentina,
A decisão, isso sim, a minha felicidade diária.
Gostava de gritar ao ar que queria ser feliz,
Porque embora inocência, será igual ao comum mortal
Homem que desaba pela protuberância,
Sou eu aquele que quer saber, mas que acaba deficiente,
Anjo de uma só asa, cadeira de duas pernas
Forma sem quadratura.
Gostava de querer. A sério que gostava, mas agora não posso
Porque os dias são curtos e a alma é pequena (como dizia o poeta)
Mas prometo-vos, um dia serei aquele que admiram
Não hoje, não amanhã, talvez uma infinidade depois
Porque reza a hora que devo sair da minha escrita,
Prega a minha pequenez que volte à cama do meu coração.

Eduardo Coreixo

4 comentários:

Andreia disse...

Mas a escrita, mostra quem tu és.
Ou estarei enganada?

Gostei muito ;) para variar não é? *

Ciocarlia disse...

Exacto, a escrita mostra quem tu és..(concordo com a Andreia). Se queres mesmo ser tu, escreve, escreve sem parar. Um dia pode ser que te encontres. :-)

E claro que gostei (mas desta vez precisei de tempo para perceber o que querias realmente dizer).

Selma Tabita disse...

As coisas mais bonitas são talvez, as que não vemos de imediato.
Como o amor.
É bom, quando precisamos de tempo para entender.

Anónimo disse...

ora nem mais. só tenho pena que passemos a vida a dizer se eu pudesse ao invés de dizer se eu quisesse! enfim.
sabes q poesia não é comigo mas gostei.=) *