terça-feira, 8 de abril de 2008

Redenção


Com o olhar erramos. Com o coração perdemos. Com a má vontade somos derrotados.
Hoje fui enxovalhado por mim mesmo, perdi a razão. Estúpido fui ao acreditar que me vingar faria sentido, que bastaria isso para que acordasses. Estúpido, repito.
Levaste com uma bala no peito, e ainda estás a restabelecer as forças. Não te censuro, porque também já as levei, balas diferentes, está claro, mas doeram.
Perder a razão, é para mim como se me tirasse o chão de debaixo dos pés, e eu fiz isso a mim próprio. Novamente, estúpido. A minha anormalidade está ao ponto de pensar, que te conquistaria de novo só falando, só te mostrando que tinha razão em alguns pontos. Ter até tenho, mas que interessa isso agora?
Mando um murro na parede, e fico a sangrar aqui por cima do dedo, aqui bem junto a minha pele. Não é nada esta dor quando comparada a aquilo que sentes não é? Sentes-te marioneta barata, sentes que era a estupidez se alguma vez me perdoasses... Contudo, de novo repito, já fiz algo para merecer essa mínima consideração... Que estúpido!
Arrependo-me pois claro, mas que queres, eu gosto de expor o meu verdadeiro eu, que por vezes tem destas coisas. Como disseste, já não é a primeira vez. E a culpa foi sempre minha. Minha. A dor, tua, a maior, está claro.
Quero te dizer que lamento. Lamento desde a alma, até à ponta dos dedos.
Hoje sou estúpido, amanhã, bestial não serei.

Eduardo Coreixo

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