segunda-feira, 23 de junho de 2008

Não Sei Dizer





São coisas que acontecem
entre mim e o pôr-do-sol
entre mim e fins de tarde quentes
entre mim e céus carregados
de nuvens-brancas-de-algodão
São coisas que sinto
enquanto caminho para casa
e não sei o que sinto
enquanto caminho para casa
depois de um dia imersa
no limbo entre ficção
e realidade
do alto de Pavlikova
até chegar a Vinarska
São coisas que os meus olhos vêem
e que os outros olhos negligenciam
Ou não. Não sei, porque
ainda não foi inventada a palavra.
Um perfume a terra molhada e
flores inéditas.
Uma música que embala os
passos
e que tento guardar
que tento guardar
porque um dia vou.
São palavras ditas
entre mim e a cidade
entre mim e
este fragmento de História
Em silêncio
Promessas solenes
encontros futuros
beijos claros e imensos
em fins de tarde cheios de luz.
Quando fecho os olhos
falo de coisas que existem
entre mim e mim
nesta cidade-cama,
cidade-refúgio,
cidade-depósito-de-emoções.
Falo da cidade que avisto ao longe.
Cada vez mais pequena.
A fugir-me do corpo.
A ir embora.
Pequena.
Pequena.
Lá.
Em silêncio.

4 comentários:

Anónimo disse...

Sabes dizer, e sempre, e unicamente bem. Escreves (com) a alma e nós sabemos como isso é raro... iluminas-me o dia quando te leio. E tudo de coração, não de boca.

Foi uma honra conhecer-te, espero que os nossos caminhos se cruzem mais vezes, daqui em diante.

Beijitos da fã: Cláudia =)

Manteigas disse...

Nós,leitores, é que ficamos sem saber o que dizer.Pelo menos, eu fico. És dona de um dom que poucas pessoas têm, o dom de falar ao coração e a alma através da escrita.É optimo "ler-te".
Um grande ósculo, deste admirador.

Anónimo disse...

Havemos de voltar lá um dia. e vou bater-te à porta como fazia todos os dias:) tenho saudades tuas*** beijinhos

Anónimo disse...

escreves maravilhosamente...
vou amar-te para sempre...