domingo, 6 de julho de 2008

A praia do Mundo

Fui à praia para ver o teu raiar,

Sentir a brisa de um vento caloroso

Ver o raiar dos sorrisos veraneantes

Acreditar que ainda existem ondas solitárias,

Ver que ainda há o sol.

Desci do meu pedestal até à praia,

Sentir a areia quente por entre os dedos de mármore,

Cheirar aquela presença das dunas almofadas,

Apontar a arma da voz ao vazio da creditação,

Saber o que ainda é a música do verão.

Fui à praia, para ver se lá estavas,

Beber uma água frescamente arrefecida pela saudade

Saber que de ontem a amanhã, ainda lá estarás

E querer ser o primeiro a saber o que foi,

E a dizer-te o que tu hás-de mostrar ao Mundo.

Desci e fui até à praia, e soube quem eu era ali,

Pensei em ti, em nós, na infinitude

E hoje sou o brasileiro daquela praia modesta,

Porque dancei com as ondas de palavras que me surgiram,

E optei por escrever sobre quem eu amo,

Com humildade que me recreou hoje, no sol da minha vida.

Eduardo Coreixo



1 comentário:

Pseudónima disse...

Eu ainda acredito que é no mar que todos nos perdemos e encontramos.

Muito bonito, meu querido. ;)