quarta-feira, 24 de setembro de 2008

Tudo Plástico


Sou o meu pior inimigo.
Dou tudo por tudo, sorrio em tons de amarelo,
Esfomaço pelo canto de boca
Dou murros na minha própria consciência
Assim que já dei tudo por tudo, e
Já nada resta.
Estou a sufocar, lentamente
Em gritos de persistência
Abstraído dos ecos desta estupidez.
Estico o dedo em sinal de desprezo
E bem que avisei que as razões não eram perguntadas
Porque é melhor ficar com o pior, eu mesmo
Em canoas que celebram a sua passagem pelo meu rio.
Da demência ao choque,
Do toque ao desterro
Alteraram-se as contas de uma malvada chuva de questões
A demência de dias sem fim de sufoco, de estradas desamparadas
Porque nem tudo o que escrevo é preocupado
Desde que me ocupo mais comigo,
Do que com a união da tua morte estrangulada.
Olhares frios como a sucussão,
Morrem hoje as vontades de olhar em frente
E saber que nem tudo é alma crescente
Olhar dormente
Vonta de crente.
Eduardo Coreixo

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