sexta-feira, 25 de junho de 2010

Morte do sexo na sombra


Menos conversa. Faça-se Silêncio.
Façamos todos um silêncio muribundo, pois ele morreu.

(...) (...) (...) (...) (...) (...)

Morreu aquele que nos ataca, morreu o seu inimigo
Aqui jaz a nossos pés a perfeita imitação de um ataque consumado.
Não é parado, apenas agora, mas silêncio por favor.
Apenas lentamente ele se ergueu para mostrar a sua fraqueza
E esperou pela luz de emergência do seu quebra-luz
E morreu, morreu sentado a desesperar
A exesperar pela vontade de um sinal nocturno.
Façamos silêncio.

(...) (...) (...) (...) (...) (...)

Tudo se semeia, e tudo se colhe:ventos, tempestades, mortes.
Colheu este homem o mais pesado dos frutos, a culpa
A sensação que lhe surgiu no leito da morte
Não sabendo a sua hora, sentou-se ali na sala de espera
Até que um dia a verdade, a culpa, a sensatez o devorassem.
Tudo o que plantou, está à tona da terra.
Faça-se silêncio, porque ele não quer acordar.

(...) (...) (...) (...) (...) (...)

Este é a história de um homem que não soube morrer,
Aquele a quem todos exigiram verdades e fundos
A sombra de quem um dia deixou a própria barriga ser ditadora.
Este foi um homem que soube ser homem, aquele que urina de pé
Aquele usou as calças em casa, aquele que morreu sozinho.
Esta foi a história de um animal, de um perturbador
A história de um violoncelista do desejo e prazer egoísta.
Morre arma do sexo, morre sem sentido e na luz da solidão
Morre podre e seco seu armador de arma de plástico
Morre seu artista de artes de quem merece morrer.

Esta foi a história do fim de um violador.

2 comentários:

Alucard disse...

parece-me um pouco diferente do teu costume, gostei deste desvio. estava a espera de outro final mas e nice ver-te a escrever...trazer vida ao sem olhar para tras

Pseudónima disse...

Eu gostei muito deste desvio. O tema cativa, o ritmo prende. :)