terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

Política à Portuguesa - excerto

"- Por que será que os homens gostam mais de futebol do que as mulheres? - pergunto aos alunos, embora sabendo que estas perguntas «politicamente incorrectas» são quase sempre recebidas com desconfiança. Alguns alunos fazem um sorriso amarelo. Uma aluna responde que também há mulheres que gostam de futebol - que é a resposta típica de quem pretende sugerir que entre homens e mulheres não há diferenças. Mas eu replico que ainda bem que os homens e as mulheres são diferentes e têm gostos diferentes. O contrário é que seria uma monotonia. Como seria o mundo se não houvesse diferenciação entre os sexos? Nesta discussão das diferenças entre homens e mulheres atravessam-se sempre os preconceitos feministas e complexos machistas - e a desconfiança instala-se, impedindo qualquer conversa séria e arrumando a questão no baú dos temas proibidos.
É evidente que homens e mulheres são diferentes: têm aptidões diferentes, gostos diferentes, maneiras de pensar diferentes. É também por aí a atracção entre os sexos ou o equilíbrio das famílias. O erro consiste em considerar que essas diferenças de natureza devam conduzir a situações diferentes perante a lei ou a desigualdades. Quando certas feministas afirmam que homens e mulheres são iguais travam a batalha errada. Uns e outros são, felizmente, diferentes. Só que essas diferenças não devem trazer nem prejuízos nem regalias. Homens e mulheres devem ser iguais em direitos. Dito de outro modo, as mulheres não devem precisar de se dizerem ou mostrarem iguais aos homens para usufruírem dos mesmo direitos."

José António Saraiva.

2 comentários:

Eduardo disse...

nao podia concordar mais.

Claudia Alves disse...

É bem 'dizido', é.