Todos choram mas nós não.
Nós sorrimos lembrando o que passámos juntos.
E batemos palmas e latas,
e aplaudimos para que ouçam os defuntos.
No cemitério, bebemos café com natas
e batemos com as colheres de prata.
É uma rotina criada, a de fazer uma grande festa,
enquanto a vida que passa ainda resta.
Por isso para nós somos sempre sete,
nunca ninguém falta.
E esta alegre cena sempre se repete,
cada vez que se junta a malta.
Solto uma gargalhada, bem alta.
Temos perfeita consciência de não termos sanidade.
Mas até os insanos devem ter a sua privacidade.
E temos perfeita consciência
que esta vida está por um fio,
por isso tenham paciência,
não digam: "estes são do piorio!".
(Festejamos na mesma,) até porque o caixão está vazio.
Eduardo Rilhas
6 comentários:
Este, na minha opinião... é GENIAL!! Deixou-me de sorriso estendido no rosto, enquanto o lia, do início ao fim...
Posta sempre, é realmente um prazer ler as tuas obras. =)
De certo modo, uma celebração da vida não é brother?
Eu entendo-te. nice one,nice poem.
Abraço
Estes teus poemas... têm sempre, pelo menos nos que me lembro de ter lido, aquela "musicalidade brincalhona", como disseste uma vez (não sei se te recordas), o que dá sempre mais qualquer coisa aos teus poemas/textos, e quem já conhece a tua escrita, consegue identifica-los como sendo ou não teus.
Gostei muito deste, aliás não houve nenhum que não tivesse gostado.
Se parares erras. Só fazes bem se continuares. =)
Beijinho.*
É uma delícia! Bem escrito, bem humorado, bem conseguido!
É um orgulho.
Beijinho
Teresa Rocha
tas a fazer sucesso com as meninas.lol
Simplesmente perfeito.
E há pouca "coisa" escrita que me faça dizer isto.
Continua assim, gaijo do cabelo chateado!
Ass: Gaijo do cabelo esquisito (Lourenço)
PS: Edu C., "VAMOS DAR UMAS CÂIMBRADAS!??!?!"
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